Sérgio Dias
Apontada como a grande potência mundial deste século em função de seu rápido
crescimento econômico e tecnológico, a China marcha firme em direção ao futuro,
algo que se transformou numa verdadeira obsessão nacional.
Nação de tradições milenares,
concentra a maior população do planeta – cerca de 1,4 bilhão de habitantes – e
possui uma pluralidade de etnias e culturas divididas nas mais de 50 regiões do
país. Sua economia está em pleno aquecimento e já começa a influenciar outros
sistemas econômicos mundiais.
Desafios de um
gigante
Por
estes e outros motivos que a China pode ser considerada o maior desafio missionário
do século. Entre os desafios está a pouca, ou quase nenhuma, propagação da
mensagem do Evangelho entre as mais de 500 etnias do país, especialmente no
interior. Outro problema é a falta de preparação teológica dos crentes. Como o
crescimento do cristianismo no país também acontece em ritmo acelerado, os
líderes acabam tendo pouco preparo para discipular os novos convertidos.
Segundo Lian Godói, missionário
enviado em 2006 pela Junta de Missões Mundiais da Convenção Batista Brasileira,
as heresias começam a ganhar força entre os cristãos e o número de seitas tem
crescido. E a constante perseguição – nem sempre religiosa, mas sobretudo
motivada pela denúncia de quem se sente incomodado com as práticas dos cristãos
– ainda atrapalha o crescimento e a preparação dos crentes chineses.
Apesar destes obstáculos a China é,
atualmente, a nação onde o cristianismo mais cresce. Estimativas mostram que
existem entre cinqüenta e cem milhões de cristãos, distribuídos entre as
igrejas oficiais – que são supervisionadas pelos censores do governo e não
podem praticar evangelismos – e as comunidades chamadas de “igrejas
subterrâneas”, onde está a grande maioria dos crentes.
Preparação de
líderes
E
foi para trabalhar neste segundo contexto que Missões Mundiais enviou o
missionário Lian Godói. Atuando numa das principais cidades do país, ele está
trabalhando diretamente na preparação teológica e no treinamento de líderes
chineses, além de visitar o interior do país para estabelecer contatos e
plantar trabalhos sociais naquelas regiões onde o Evangelho ainda não
chegou.
De acordo com o obreiro da JMM, como a
quantidade de novos líderes é continuamente crescente, a preparação e o
pastoreio dos mesmos é bastante difícil, apesar da existência de seminários nas
grandes cidades chinesas. “Não é nem tanto pela qualidade dos pastores
chineses, pois alguns são muito bons teólogos e pregadores. A dificuldade maior
é treinar qualitativamente a enorme quantidade de crentes que assumem trabalhos
pelo país. A base teológica que possuem é bem precária devido, na maioria das
vezes, à forma de conversão e ao contexto social em que vivem. Eles assumem os
trabalhos, até mesmo pela necessidade de seguir com a obra, e não são
preparados para tal. A capacitação dessas lideranças é um dos grandes problemas
da China hoje”, avalia o missionário.
Para o obreiro brasileiro, outro
grande problema da igreja na China é a falta de bíblias para atender o
crescente número de convertidos. “A estratégia de entrar no país com
carregamentos de bíblias, além de ser proibida, não atende à demanda da igreja
chinesa e há o risco de que a carga seja apreendida. Como se vê, a necessidade
é urgente. Temos um projeto, Bíblias para a China, que visa imprimi-las no
próprio país, diminuindo custos e aumentando consideravelmente o alcance da
distribuição desse material entre os crentes chineses”, diz Lian Godói.
Clamor por mais obreiros
Apesar
da explosão socioeconômica da China, a maior parte da população ainda vive em
condições precárias, especialmente no interior do país. São comuns os relatos
de missionários, voluntários e dos próprios chineses de que falta mão-de-obra
capacitada para atender às necessidades básicas da população, como assistência
médica e odontológica, professores e profissionais especializados. Para o
missionário da JMM, essa realidade descortina-se como uma grande oportunidade
para que profissionais cristãos sigam para a China como missionários. “Muitos
estrangeiros entram no país como profissionais ou empresários para
desenvolverem as mais variadas atividades, outros vão para lecionar; as
oportunidades nas áreas de esporte e assistência social também são grandes”,
analisa.
É o caso de duas missionárias
brasileiras, uma cirurgiã-dentista e outra professora de idiomas, que estiveram
na China como voluntárias, atendendo à população e falando de Jesus através do
cuidado demonstrado em suas atividades profissionais e agora retornaram ao
campo. “Quando estive no interior do país atendi muitas pessoas com graves
problemas bucais. De volta ao Brasil, fui questionada sobre o porquê ir até a
China para atender pessoas de graça e não para ganhar dinheiro como tantos
outros. No meu consultório, comecei a pensar sobre isso e notei que trabalhar
para ganhar dinheiro não fazia mais sentido para mim. Queria mesmo era voltar à
China e servir, através do talento e capacidade que Deus me deu, àquele povo
tão necessitado”, conta, emocionada, a missionária e odontóloga.
Há um clamor muito grande por mais
obreiros. Obreiros que estejam dispostos a investirem suas vidas, pois, de
acordo com Lian Godói, em se tratando da China, não se pode pensar em menos de
10 anos de trabalho. Enfim, há muitas maneiras de servir a Deus e abençoar a
China.
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ResponderExcluirGraça e Paz!